quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Personagens de um imaginário bem real

Agora não, estou a meio de uma pequena viagem, amanhã registo este pensamento.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Manual do ocaso

"









". E assim vazio foi o ocaso.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Carne ou uma questão de peso

Esta forma de cá andar é um pouco estranha mas é forma, eu não escolhi, simplesmente fui e sou, não é opcional. Venho falar de mulheres, sim no plural, porque se singularizasse, alguém cairia no erro de se achar a dita, e aqui nesta forma de ser já não posso permitir lugares especiais ou cimeiros. Elas que as imagino faz tempo e concretizo há menos, são um verdadeiro desafio, ou não, serão talvez apenas mulheres triviais, movendo-se em Vénus com os olhos metidos em Marte e em seus prazeres proeminentes, tão sensíveis e ao mesmo tempo voláteis ao que se passa no planeta guerreiro e atreito a sensiblidades. Sou dificil com vida dificil, dificil de me fazer entender por elas, por vezes é dificil explicar que sou mais que metro e oitenta e 75 kilos com um pedaço de musculo erecto e uma lingua dançarina, sou um ser respirante tanto como uma pedra, não mais, a diferença reside no conteudo e não na embalagem. Já fiz merda, arrependi-me e a seguir desarrependi-me, não teria saboreado Vénus de prismas tão distintos e no fundo tão iguais, tão iguais como nós os Marcianos, que no fundo não valemos nada, tanto quanto as vizinhas de Vénus. Consegui enfim escrever sobre Carne no sentido Carnal, tenho tentado objectivar frases nesse sentido, mas em vão, foi preciso chegarem ventos de Vénus, ventos que me feriram a pele que me reveste a carne, para que eu caisse em mim, matei assim o espirito, pus de lado as reservas e lançei-me neste texto sincero, magoado, magoador, mas que vale o que vale, nada. Para todas vós venusianas que imagino há muito tempo e há menos concretizo, pluralizando-vos na minha vida, não destacando uma, mas tornando-vos uma, na figura de Mulher, o desejo, o problema, a dor, cuja solução é continuar generalizando sem fazer caso de vosso nome, cheiro ou o que seja, eu por cá estarei, não por alguma, mas por aquilo que me deram como sendo vós, carne como eu, Carne sequiosa de prazer com recheio de dor.
A coisa que mais desejei da mulher foi que se entregasse à minha luta, que me apoia-se incondicionalmente, que não temesse, que fosse parte de mim, uma vez que quem mais perto de mim esteve nunca me fez sentir a verdadeira essência do amor, eu trai, procurando estes predicados apaixonados noutra mulher, que de facto não os tinha, haverá por ai uma mulher ao meu jeito, sem receio de seus pais, de seu emprego, de seu doutoramento, de seu carro, de sua pele, de seu pêlo, de seu cabelo, de sua roupa, de sua pilula, de suas amigas, de seus amigos, de seus hobbies, de seus horários, do estado do tempo, de seu sono. Não vos quero ouvir ou ler quando falarem de Amor, vós o estragais, todas aquelas que tomei de exemplo, era tudo uma questão de peso.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Manual da solidão

Era capaz de escrever um manual sobre a solidão, porque estamos numa relação. Ela tem-se revelado a melhor companhia, ela reina na ausência de todos. Alguns em tempos clamaram pela minha presença nas suas vidas, puro egoismo deles, olha para eles hoje onde estão? A fazer o mesmo em outro lugar qualquer. Quando escrevemos abrimos portas do nosso intimo, expomos os nossos sentimentos, eu prefiro bradar e dizer que não te quero ouvir subtilmente dizer: afasta-te. Nem a ti nem a ninguém, pois não preciso de nenhum de vós quando a solidão tem sido mais presente que todos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vamos à luta


Nem sempre venho munido de muita vontade de escrever ou simplesmente de tema. Hoje venho por exercício, por reflexão. Já cai muitas vezes mas em nenhuma passei do chão, até já dei importância a quedas que de facto não o foram. Perto de entrarmos em novo ano analiso os seus acontecimentos (ao analisar-me analiso o mundo pois eu sou o centro do Universo do meu ponto de vista, mas demarco esta afirmação de qualquer tipo de Egocentrismo ou Narcisismo), atingi a tão ambicionada legalização, é como ter chegado às Américas e ter tudo para desbravar à catanada, há olhos que me observam de entre os arbustos mas eu ainda estou na areia a modos que a planear. Para o ano que se aproxima desejo atingir outras metas, completar a minha liberdade, soltar os meus talentos através do meu suor, e perseguir conhecimento porque invejo os homens que tornam a minha vida mais confortável, eu também quero contribuir afinal a cabeça não serve só para ter um blog e usar boné, vamos à luta.

sábado, 13 de novembro de 2010

Aqui jaz

Esta manhã acordei com a imagem de uma lápide na cabeça, na qual estava escrito " Aqui jaz o Amor"

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Balanço




O momento ideal para me recolher e trabalhar o meu material. Vou meter-me debaixo desta chuva para ir buscar a guitarra, apanhar um caderno e sentar-me ao lado da minha sobrinha que esta tarde está por minha conta e assentar umas ideias que andam a chocar contra as paredes do meu crânio. Esquecer por momentos o que se passa lá fora, esquecer-me deles, até de mim. Sou um saco de bikuatas repleto das mesmas algumas delas terão de saltar fora, parece que tenho uma orquestra desafinada a fazer barulho dentro de mim, como sempre. A alternativa passa por sair à rua e praticar violência desmedida à chuva, não,estou melhor aqui sem os ouvir.

P.S: Estou a pensar concorrer a Nobel da Literatura ou da Paz, mas ainda estou indeciso.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A cortina


Era eu que me escondia por trás da cortina onde tu em tempos pernoitas-te, era eu que lutava com armas desiguais amordaçado num amor doentio, era eu que me espremia de dignidade, era eu o corpo putrefacto que pontapeavas sem sequer me conhecer, era eu o fraco que se amava pouco.
Sou eu o mesmo que deixa cair a máscara que já não lhe serve

terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Pugilista

Decerto que se pudesse não teria escolhido esta carreira mas a vida nunca me deu uma alternativa melhor, calcorreei os seus corredores esmurrando, esquivando-me dos seus contragolpes sempre em gestos rápidos e foi ela a vida quem sempre me golpeou mais forte. A minha face reflecte todas as agressões de que foi alvo, mas penso que nos meus olhos ainda se pode ler ternura, ternura por ela, aquela miúda que sem ver imagino sentada na plateia a sentir os murros comigo, quer os importados como os exportados, tudo é nosso nesta vida, as coisas boas e as más, o "cachet" e as mágoas e assim continuo de assalto em assalto até que o gongo soe mais uma e outra vez, mas sempre com o nome dela escrito na minha luva.

domingo, 26 de setembro de 2010

Um dia é o principio

E de repente um dias passas a ser o que nunca te permitiram, e ganhas a noção das possibilidades mas também de tudo aquilo a que te privaram e pensas: Afinal o que é necessário para ser um homem? Sê-lo ou pedir autorização para ser, amanhã serei mais livre, mas já sou um ser humano desde 1981.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Apatia

Estranha apatia

Até que a saudade me doa

Não é fácil
nunca foi
não será

não consigo
não suporto
não quero

esta cratera
filha de um cometa
que me invade
e invadiu
chegou não mais partiu

não choro
porque eu
sou a lágrima
e escorro
escorri
dos teus olhos
que me fitam sem partir

fica, vai, espera
não sei
não é fácil
nunca foi
não será

não consigo
não suporto
não quero
quero sim

até que a saudade me doa.

sábado, 11 de setembro de 2010

No Salão

Apaguei o meu cigarro antes de entrar, limpei os sapatos no tapete vermelho antes de trespassar a porta, no corredor já podia ouvir soar a música e apressei o passo pois o meu coração acelerara com o meu atraso, quando entrei no salão senti os olhares dos presentes em mim, como que me dizendo "onde tens andado?". Tu estavas exactamente no meio da sala de costas para mim, mas mesmo assim senti o teu olhar triste sobre mim, andei sobre o soalho chegando-me a ti, soprei o teu nome enquanto cheirei o teu cabelo e pedi-te perdão. Aguardas-te momentos enquanto te sentias, viraste-te lentamente para mim, e fulminaste-me com os teus olhos que encerram o mundo pedindo-me que mergulhasse em ti naquela música ao ritmo compassado do amor.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Beijo

Rouba-me um beijo de novo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Medley de músicas enquadradas num diálogo

Eu- I just called to say i love you.
Ela- Hit the road Jack.
Eu- Baby! It ain't over till it's over.
Ela- I will survive.
Eu- Do you really want to hurt me?
Ela- True.
Eu- Sorry seems to be the hardest word
Ela- It's to late to apologise
Eu- I'm just a jealous guy
Ela- Respect
Eu- nothing compares to you
Ela- Wild world
Eu- Stuck on you
Ela- I'm easy like sunday morning
Eu- Isn't she lovely?
Ela- just a litlle rush

Mente

A minha mente derruba como um martelo e perfura cono uma broca de titânio

Prisioneiro

Eixo Rossio_Sintra

Céu

Céu limpo,
espirito inquieto

Frágil

Momento nú no concerto de Jorge palma em Oeiras - 2010

Arguido

A espada do juiz pende sob a minha cabeça

sábado, 31 de julho de 2010

Kolmi fora de horas

Mais uma noite mal dormida repleta de voltas na cama, pensamentos zipados que não consigo unzipar, a noção de decisões e atitudes adiadas e uma mensagem por mandar porque o saldo era negativo, tal como tudo o resto na minha vida. Optei por um Kolmi, como que a dizer: Liga-me estou desesperado e tu és a pessoa que sinto poder ajudar-me, contudo sabia que não obteria resposta e ainda alvitrei a tua condição no momento em que o recebeste. Foi um postal que desencadeou a insónia, a sua mensagem terminava assim: « e quando nada correr bem eu estou aqui». Estavas sim à distância de um Kolmi fora de horas e que compreendia em si a mensagem de que me sinto desvanecer e que em momentos penso se deveria cá andar, se não haverá de facto um dia radioso, poderá haver mas não será através de um Kolmi fora de horas.

sábado, 24 de julho de 2010

O Pedagogo

Ouvi isto de dentro de uma cozinha em Alfama, concerteza conversa de pai para filho:
- Opá esquece, se ela já se meteu debaixo do outro esquece.
- Mas eu gosto dela pai!
- Um homem gosta é de si, a mulher gosta é de ca*****, á por ai tanta c*** húmida e o filho da puta do meu filho embasbacado.

Pensei para mim, que bela pedagogia.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Elis Regina - Moda de Sangue

O Amor não acaba por decreto

O amor não acaba por decreto, nem sequer na véspera, mas sim, ele tem um fim, talvez seja difícil definir o momento. Teimosia em amar pode conduzir-nos á insanidade, procuro remédio em fingir não amar, não ver, não sentir. Estás melhor assim? Talvez estejas, talvez seja esse o sorriso fixo na tua cara o que aguardavas. Eu observo os teus sorrisos no entanto faz tempo que não vejo nenhum sorriso teu.

Sobreviver

Repito continuamnte a mim próprio: Força, determinação e intelecto. O coração não manda, tu mandas. Tu vives.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Ano rapidus

Eu direi que este é o ano que está a passar mais rápido na minha vida... Que os próximos 90 dias a seis meses passem então a voar.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Erva verde cortada rente 3

O Velho rezingão prosseguiu, tentando parecer desinteressado na presença do menino. Construía em sua volta um muro de tijolo usando suas mãos fortes que empunhavam uma colher de pedreiro que agia freneticamente sobre a massa, de quando em vez um olhar de soslaio para o menino, rapidamente disfarçado pois não queria dar a entender a sua curiosidade em relação a ele.
Diz-me senhor, deves gostar muito dessas pedras, para as amontoares entre si? - atirou o rapazola - todas elas certinhas, só não compreendo porque o envolvem, se continuares ficarás incontactável.
Ora ora, é isso mesmo que desejo, isolar-me de ti e do resto do mundo - respondeu o velho - em breve não me verás mais, nem esse mundo cruel em tua volta, ficarei só e feliz dentro desta chaminé, e se necessário levanto-a tão alto até que colida na lua, não quero ser perturbado.
Achais o mundo cruel? - estranhou o menino - eu acho-o tão interessante e curioso, quero é descobri-lo, abraça-lo e não empilhar pedras que me afastem de si, és muito estranho senhor.
O idoso caiu de joelhos no chão, levou a mãos á cara e colheu uma lágrima, respondeu com a voz mais suave e sincera: Meu menino este mundo já mais nada me dá que dor, uma dor muito profunda, já tive a minha dose de sofrimento, queria apenas isolar-me das memórias dolorosas, e em verdade há muito que não ouvia alguém tão sábio na sua simplicidade.
O que é um sábio? - questionou a criança - sabes senhor és divertido, larga as tuas pedras as flores, as Árvores são mais interessantes e coloridas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

A vida continua

Andar perdido de nós próprios sabe a auto flagelação, é tão bom sabermos quem somos mesmo sem sabermos porquê. È importante sobreviver até ás coisas boas que por si só não são eternas, urge aprender e crescer com o sofrimento.
È importante sentir e gritar - Eu amo!!
Eu estou aqui, eu sou o que faço.
Amanhã vou colher amor nas mulheres da minha vida, cuidar delas com carinho, são tantas, sou um homem de mulheres lindas, mulheres feitas de amor, senhoras do mundo.
A todas voçês o meu amor, a mim o vosso amor.
Bia, Titina, Taua, Nucha, Bel, Lili, Vanessa, Nair, Mel, Tita, Alicia, Iara, Lara e a futura mãe dos meus filhos. Sim porque os quero ter e faze-los mulheres e homens, alguém muito importante despolotou a minha evolução, obrigado a vida continua.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Perdoa-me

Perdoa-me do intimo do teu coração
Que o meu o meu já não tem fundo
porque o labirinto da minha expressão
encontra em ti o mais profundo

sábado, 19 de junho de 2010

Estranho

Tão só e tão forte

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ouvir ou ver

Sim imagino estás tão longe que dai é dificil ouvires, mas aqui entre nós, o coração vê e sente mais longe que a vista.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Decantação


Saibam que este texto era para ter nascido de outra maneira que chegou até a ganhar forma mas abandonei-o era muito depressivo e estava a ter dificuldade em fluir.
Nos ultimos meses tenho mergulhado em reflexão imposta, os pensamentos ocupam a minha cabeça de forma desorganizada não consigo dominá-los, isto porque me debato com uma guerra muito pessoal, tão pessoal como eu viver dentro de mim e por mais que tente explicar-me não consiga.
Ela partiu sem apelo nem agravo e de forma grave, foi um acto extremamente seco e doloroso para os dois, o ultimo olhar foi blindado, as emoções não se lhe transpareciam,os lábios estavam lividos e os olhos escorriam-lhe para um ponto qualquer no plano obliquo de projecção, o discurso pareceu-me maquinalmente estruturado, o cabelo não estava forte, e a aura era cinzenta.
Partiu com tal convicção que me fraccionou o espirito, partiu-me em bocados tantos como a areia da praia em que me abandonou, aquela a sua praia.
Eu fiquei com a peça de barro que modelá-mos e deixá-mos por acabar, olho para ela e não consigo definir o que realmente é, o que foi, apenas que a partilhámos e tinhamos um fim para ela, agora é apenas um objecto do qual posso dizer que teve o nosso toque.
Tudo me faz sentir que não terá sido em vão, que devo suplantar a culpa e a mágoa, fazer destas experiências a alavanca da minha vida, porque o erro e a dor ensinam, tenhamos nós arte para aprender.
Continuo a amá-la, tanto que me persigo de compulsividade como forma de banir a frustração, ainda existe um caminho para mim, e tem sido essa a chave para a minha sanidade, amar nunca é mau, mesmo que quem se ama nos seja invisivel, que se sinta melhor com outro alguém, não é crime amar, crime é transformar o amor em desprezo ou possessividade e raiva.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Beijo com sotaque

Pedi-lhe encarecidamente que pousasse a guitarra e parasse de cantar, desejei o beijo naquele momento, um beijo acicatado pelo sotaque.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Não não e não

A ira não tomará conta de mim, não.

Vilão

Sentimentos antagónicos os que me invadem, a minha bomba (coração) está prestes a rebentar, já não consigo sustê-la, perdoem-me voçês que sofrerão a ira das minhas palavras. Sim, eu vou procurar-vos onde estiverem.

Poetas

Clube do Poetas de costas voltadas....

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Erva verde cortada rente 2

Já deixara para trás a a subida em calçada e estava bem no cimo do monte que arremata a vila no lado Oeste, para alem dai nunca tinha ido, olhou para trás como que imaginando o olhar reprovador de sua mãe, mas num pulo seguiu em frente, numa correria tresloucada levantando pó em sua volta. Depois parou ofegando com as mãos sobre os joelhos, quando ergueu a cabeça avistou um velhote a praguejar, olhou em volta para tentar perceber com quem este ultimo falava mas não vislumbrou vivalma, lançou um olhar sobre o individuo estudando-o e dirigiu-se a ele:
- Bom dia senhor- disse timidamente
- Acha o menino que se deve afastar tanto da vila sozinho?- retorquiu o velho sem responder á saudação- acho que o teu lugar não é aqui.
- Acho que o meu lugar é em qualquer parte do mundo senhor, não acha?- indagou o menino.
- Pois eu acho é que tu és um rapazito atrevido e inconsequente, não sabes tu que existem por ai muitos perigos?- disse com olhar reprovador- devias estar perto dos teus pais.
- Eu não tenho pai senhor- vincou- e o que quer dizer perigo também não sei senhor.
- pois deverias saber- lançando um olhar de admiração- agora deixa-me, o melhor é arrepiares caminho e de preferência para donde vieste.
O menino escutou, olhou de novo em sua volta deu dois passos e sentou-se sobre uma grande pedra, olhou decidido para o velho e rematou: ficarei aqui senhor e o observarei.
- pois bem, mas fica sabendo que te ignorarei.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Erva verde cortada rente.

Era uma simples e bela casinha de madeira circundada por erva homogénea e verde e situada numa pequena elevação de terra. Estendendo roupa uma mulher alta e esguia de finos caniços e de compleição atlética, vestida de saia preta e uma leve camisa branca de mangas arregaçadas e tapando os seus cabelos pretos um lenço castanho um pouco mais escuro que o seu tom de pele mas á semelhança dos seus olhos. Observando-a um menino de seus cinco anos, expressão alegre e olhar cortante, na qual se distinguia curiosidade de criança e um certo fascínio por ela sua mãe, sua guardiã.
Afastou-se ele o menino com anuência dela sua mãe, para o seu passeio diário, a curiosidade levava-o a visitar os cantos todos da vila a pé e interessava-lhe a forma diferente como abordava todos os elementos que a compunham sempre de forma diferente, fosse telha ou vaso, carroça ou cerca, choupo ou embondeiro, sim porque na vila coexistiam todas as espécies físicas imagináveis, ali se tocavam os cantos do mundo, ali era o principio dele mesmo.
A vila era composta apenas por uma rua que a cortava, os numeros das portas não seguiam o ordenamento natural, cada porta a gosto seu, havendo até repetidos, distintos apenas pela caligrafia, sim, e todos escritos á mão, belos consoante o artista. Passara já pela mercearia, loja do sapateiro, talho, e até por casa do amigo que não gozava de sua liberdade.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Acredita - Cartas guardadas

(Ouvi aquela canção do Boss AC chamada «Carta que nunca escrevi» e decidi editar algumas cartas que escrevi ao longo da vida guardadas no caderninho, cartas que no fundo escrevi para mim)


Acredita, estas serão as minhas ultimas palavras para ti.
Não me soubeste estimar, aliás, eu não me soube estimar.
Acredita, já não me vou magoar mais, sentir a raiva que nasceu de algo que eu pensei ser belo.
Acredita, foi o ultimo credito que tinha para ti.
já não há mais lenha para queimar, mentiras para ouvir.
Acredita, não te vou atender, não vou entender mais a tua condição de existir.
Acredita, conheci-te no primeiro instante, esqueci quem eras no minuto seguinte, mas já sei quem és.
Acredita, desejo boa sorte aos que te rodeiam e que recebem o teu charme.
Acredita foi só um desejo animal, nada mais.
Acredita, pensei que fosses mais que um palmo de cara, és pouco mais.
Acredita, um homem não quer um naco de carne insensível, ébrio e leviano.
Acredita, um homem precisa é de uma mulher. Sê mulher.
Acredita, estragas tudo, deitas tudo a perder, não consegues aprender.
Acredita todo o sofrimento que causares mais tarde te causara dor também.
Acredita, a vida não é uma pista de dança.
Acredita, resta acreditares, que não és nada disto, o mais difícil será prova-lo a ti própria.
Acredita, que eu acredito no que escrevo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Três mil amo-te depois


Há três mil amo-te atrás, Gaiato conheceu-a ainda menina de seus dezanove anos, sorriso inocente, frescura da juventude, apaixonou-se por suas fragilidades e pensou: creceremos juntos.
Gaiato era sonhador e prisioneiro do destino, bem intencionado mas pouco conhecedor de si próprio, perdeu a noção do amor e reinou na confusão, ela ainda menina, sempre sofrida regou o vestido de lágrimas, lágrimas essas que até hoje não secaram e ainda lhe encostam o vestido ao corpo curvilineo e bem assente.
Não colheu portanto Gaiato bom fruto do que semeou, apenas imagens que o acompanham e torturam, mas que lhe moldam como Homem. Sim, Gaiato ontem, hoje Homem passados três mil amo-te.

domingo, 4 de abril de 2010

A Terra do chão vermelho.

A porta rangeu, do outro lado surgiu uma pequena figura, um homem de monóculo

A Terra do chão vermelho

Chão de pó, vermelho. Ao fundo da rua um toldo amarelecido com letras garrafais tricoteadas, grafismo arte deco, com suas formas sinuosas lembrando um mulher ou uma planta curvilinea. A montra parecia um quadro empoeirado e os livros personificavam uma natureza morta, tudo sobre o fundo vermelho de um pano de cetim já sem brilho, onde se podia reparar onde ja haviam repousado livros pois era notório o vermelho mais vivo nessas zonas resguardadas, sabe-se lá durante quanto tempo. A porta estava iluminada por um candeeiro tosco, pendurado em cima de um poste de madeira onde também residia um velho sino. Como estava fechada toquei o velho sino e fiquei imóvel durante uns segundos e pude observar pelo vidro uma silhueta deslocando-se lenta e pesadamente em direcção a mim, compus-me e ensaiei a apresentação.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Homo-literatus

Todo e qualquer texto pode ser o tal, que assenta o devaneio e empoeira as vistas incautas com vislumbres tresloucados.
Como posso eu escrever se de facto não leio.
Serei eu maior, que as cores que maquilham o cinzentismo.
Quero aprender palavras novas.
Idiossincrasias.
Ou outra coisa qualquer.
De facto estes são dias de recolha, primeiro observo e digiro, depois... Eu sou a ideia.
Franco demais, ingénuo, iniquo de tão inócuo.
Prolifico e intenso, não me convoquem para a guerra, eu posso ganhá-la.
Eu sou suricata mascarada de ovelha com pele de lobo.
Eu sou o louco vestido de nú, calçado de homem.
Sou aquele que conhece só uma maneira de existir.
Tudo numa só palavra, ainda não reconhecida ou homologada,
talvez porque o autor ainda não teve a ideia.
Ainda estou a analisar as portas.
Na minha recolha irei encontrar a minha sapiência, ísolado no meu iniquo de tão inóquo existir ou prolifico e intenso genuino viver.

segunda-feira, 8 de março de 2010

o caderninho

obrigado a voltar aos tempos do caderninho preto debaixo do braço de um lado para o outro, de maneira a registar todas as inspirações da adolescência. Eu grito e espero que ela me ouça, impacientemente. tçhuss

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Dá que pensar


Extraido num jornal regional de Pinhal Novo

«Luís Fernando Veríssimo, filho do Erico

Veríssimo, escreveu esta crónica

na Folha de S. Paulo, que não resistimos

a transcrever...

- Mãe, vou casar!

- Jura, meu filho?! Estou tão feliz!

Quem é a moça?

- Não é moça. Vou casar com um

moço. O nome dele é Murilo.

- Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro

que sofreu um pequeno surto

psicótico?

- Eu falei Murilo. Porquê, mãe? Está

acontecendo alguma coisa?

- Nada, não.. Só a minha visão que

está um pouco turva. E o meu coração,

que talvez dê uma parada. No

mais, está tudo óptimo.

- Se você tiver algum problema em

relação a isto, é melhor falar logo...

- Problema? Problema nenhum. Só

pensei que algum dia ia ter uma

nora... Ou isso.

- Você vai ter uma nora. Só que uma

nora... Meio macho. Ou um genro

meio fêmea. Resumindo: uma nora

quase macho, tendendo a um genro

quase fêmea...

- E quando eu vou conhecer o meu.

A minha... O Murilo ?

- Pode chamar ele de Biscoito. É o

apelido.

- Tá! Biscoito... Já gostei dele... Alguém

com esse apelido só pode ser

uma pessoa bacana. Quando o Biscoito

vem aqui?

- Porquê?

- Por nada. Só para eu poder desacordar

seu pai com antecedência.

- Você acha que o Papai não vai aceitar?

- Claro que vai aceitar! Lógico que

vai. Só não sei se ele vai sobreviver...

Mas isso também é uma bobagem.

Ele morre sabendo que você

achou sua cara-metade... E olha que

espectáculo: as duas metade com

bigode.

- Mãe, que besteira ... Hoje em dia

... Praticamente todos os meus amigos

são gays.

- Só espero que tenha sobrado algum

que não seja... Para poder apresentar

para a tua irmã.

- A Bel já tá namorando.

- A Bel? Namorando?! Ela não me

falou nada... Quem é?

- Uma tal de Veruska.

- Como?

- Veruska...

- Ah!, bom! Que susto! Pensei que

você tivesse falado Veruska.

- Mãe!!!...

- Tá..., tá..., tudo bem... Se vocês

são felizes. Só fico triste porque não

vou ter um neto...

- Porque não? Eu e o Biscoito queremos

dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides.

E a ex-namorada do

Biscoito vai doar os óvulos.

- Ex-namorada? O Biscoito tem exnamorada?

- Quando ele era hétero... A Veruska.

- Que Veruska?

- Namorada da Bel...

- Espera aí. A ex-namorada do teu

actual namorado... E a actual namorada

da tua irmã. Que é minha filha

também... Que se chama Bel. É isso?

Porque eu me perdi um pouco...

- É isso. Pois é... A Veruska doou os

óvulos. E nós vamos alugar um

útero.

- De quem?

- Da Bel.

- Mas. .. logo da Bel?! Quer dizer

então... Que a Bel vai gerar um filho

teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide

e com o óvulo da namorada

dela, que é a Veruska...

- Isso.

- Essa criança, de uma certa forma,

vai ser tua filha, filha do Biscoito,

filha da Veruska e filha da Bel.

- Em termos...

- A criança vai ter duas mães: você e

o Biscoito.E dois pais:a Veruska e a

Bel.

- Por aí..

- Por outro lado, a Bel...além de

mãe, é tia... Ou tio.... Porque é tua

irmã.

- Exacto. E no ano que vem vamos

ter um segundo filho. Aí o Biscoito é

que entra com o espermatozóide.

Que dessa vez vai ser gerado no ventre

da Veruska... Com o óvulo da

Bel. A gente só vai trocar.

- Só trocar, né? Agora o óvulo vai ser

da Bel. E o ventre da Veruska.

- Exacto!

- Agora eu entendi! Agora eu realmente

entendi...

- Entendeu o quê?

- Entendi que é uma espécie de

swing dos tempos modernos!

- Que swing, mãe?!!....

- É swing, sim! Uma troca de casais...

Com os óvulos e os espermatozóides,

uma hora no útero de uma,

outra hora no útero de outra...

- Mas…- Mas uns tomates! Isso é um

bacanal de última geração! E

pior...Com incesto no meio...

- A Bel e a Veruska só vão ajudar na

concepção do nosso filho, só isso...

- Sei!!!... E quando elas quiserem ter

filhos...

- Nós ajudamos.

- Quer saber? No final das contas não

entendi mais nada. Não entendi

quem vai ser mãe de quem, quem

vai ser pai de quem, de quem vai ser

o útero, o espermatozóide... A única

coisa que eu entendi é que...

- Que..?

- Fazer árvore genealógica daqui

para a frente... vai ser f...»

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pobreza

huuuuuum, aqui o negócio tá fraco, pô cara cê tem qui maneirá pa puxar freguês, bota umas letra maneirinha, abraço

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Estado do tempo em algumas Capitais mundiais!

Tá..i(m)pé! Te..erão-Tó..quio! To(ooo)..ronto?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Sonho


os homens falam do sonho
e perdem-se nas parcas palavras
com que o descrevem
esquecem-se que está para além
do arcaico alfabeto
seu método é legal
mas o mais incorrecto
viajei para o Burkina
para escapar da guilhotina
porque o sonho não vem só
também trás melancolia
de viver o dia a dia
sem o poder alcançar

o sonho não escolhe
as vitimas a dedo
vitima qualquer homem
é a emancipação
do mais intimo segredo
é a sombra
dos que dele comem