domingo, 4 de abril de 2010

A Terra do chão vermelho

Chão de pó, vermelho. Ao fundo da rua um toldo amarelecido com letras garrafais tricoteadas, grafismo arte deco, com suas formas sinuosas lembrando um mulher ou uma planta curvilinea. A montra parecia um quadro empoeirado e os livros personificavam uma natureza morta, tudo sobre o fundo vermelho de um pano de cetim já sem brilho, onde se podia reparar onde ja haviam repousado livros pois era notório o vermelho mais vivo nessas zonas resguardadas, sabe-se lá durante quanto tempo. A porta estava iluminada por um candeeiro tosco, pendurado em cima de um poste de madeira onde também residia um velho sino. Como estava fechada toquei o velho sino e fiquei imóvel durante uns segundos e pude observar pelo vidro uma silhueta deslocando-se lenta e pesadamente em direcção a mim, compus-me e ensaiei a apresentação.

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