quinta-feira, 27 de maio de 2010

Não não e não

A ira não tomará conta de mim, não.

Vilão

Sentimentos antagónicos os que me invadem, a minha bomba (coração) está prestes a rebentar, já não consigo sustê-la, perdoem-me voçês que sofrerão a ira das minhas palavras. Sim, eu vou procurar-vos onde estiverem.

Poetas

Clube do Poetas de costas voltadas....

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Erva verde cortada rente 2

Já deixara para trás a a subida em calçada e estava bem no cimo do monte que arremata a vila no lado Oeste, para alem dai nunca tinha ido, olhou para trás como que imaginando o olhar reprovador de sua mãe, mas num pulo seguiu em frente, numa correria tresloucada levantando pó em sua volta. Depois parou ofegando com as mãos sobre os joelhos, quando ergueu a cabeça avistou um velhote a praguejar, olhou em volta para tentar perceber com quem este ultimo falava mas não vislumbrou vivalma, lançou um olhar sobre o individuo estudando-o e dirigiu-se a ele:
- Bom dia senhor- disse timidamente
- Acha o menino que se deve afastar tanto da vila sozinho?- retorquiu o velho sem responder á saudação- acho que o teu lugar não é aqui.
- Acho que o meu lugar é em qualquer parte do mundo senhor, não acha?- indagou o menino.
- Pois eu acho é que tu és um rapazito atrevido e inconsequente, não sabes tu que existem por ai muitos perigos?- disse com olhar reprovador- devias estar perto dos teus pais.
- Eu não tenho pai senhor- vincou- e o que quer dizer perigo também não sei senhor.
- pois deverias saber- lançando um olhar de admiração- agora deixa-me, o melhor é arrepiares caminho e de preferência para donde vieste.
O menino escutou, olhou de novo em sua volta deu dois passos e sentou-se sobre uma grande pedra, olhou decidido para o velho e rematou: ficarei aqui senhor e o observarei.
- pois bem, mas fica sabendo que te ignorarei.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Erva verde cortada rente.

Era uma simples e bela casinha de madeira circundada por erva homogénea e verde e situada numa pequena elevação de terra. Estendendo roupa uma mulher alta e esguia de finos caniços e de compleição atlética, vestida de saia preta e uma leve camisa branca de mangas arregaçadas e tapando os seus cabelos pretos um lenço castanho um pouco mais escuro que o seu tom de pele mas á semelhança dos seus olhos. Observando-a um menino de seus cinco anos, expressão alegre e olhar cortante, na qual se distinguia curiosidade de criança e um certo fascínio por ela sua mãe, sua guardiã.
Afastou-se ele o menino com anuência dela sua mãe, para o seu passeio diário, a curiosidade levava-o a visitar os cantos todos da vila a pé e interessava-lhe a forma diferente como abordava todos os elementos que a compunham sempre de forma diferente, fosse telha ou vaso, carroça ou cerca, choupo ou embondeiro, sim porque na vila coexistiam todas as espécies físicas imagináveis, ali se tocavam os cantos do mundo, ali era o principio dele mesmo.
A vila era composta apenas por uma rua que a cortava, os numeros das portas não seguiam o ordenamento natural, cada porta a gosto seu, havendo até repetidos, distintos apenas pela caligrafia, sim, e todos escritos á mão, belos consoante o artista. Passara já pela mercearia, loja do sapateiro, talho, e até por casa do amigo que não gozava de sua liberdade.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Acredita - Cartas guardadas

(Ouvi aquela canção do Boss AC chamada «Carta que nunca escrevi» e decidi editar algumas cartas que escrevi ao longo da vida guardadas no caderninho, cartas que no fundo escrevi para mim)


Acredita, estas serão as minhas ultimas palavras para ti.
Não me soubeste estimar, aliás, eu não me soube estimar.
Acredita, já não me vou magoar mais, sentir a raiva que nasceu de algo que eu pensei ser belo.
Acredita, foi o ultimo credito que tinha para ti.
já não há mais lenha para queimar, mentiras para ouvir.
Acredita, não te vou atender, não vou entender mais a tua condição de existir.
Acredita, conheci-te no primeiro instante, esqueci quem eras no minuto seguinte, mas já sei quem és.
Acredita, desejo boa sorte aos que te rodeiam e que recebem o teu charme.
Acredita foi só um desejo animal, nada mais.
Acredita, pensei que fosses mais que um palmo de cara, és pouco mais.
Acredita, um homem não quer um naco de carne insensível, ébrio e leviano.
Acredita, um homem precisa é de uma mulher. Sê mulher.
Acredita, estragas tudo, deitas tudo a perder, não consegues aprender.
Acredita todo o sofrimento que causares mais tarde te causara dor também.
Acredita, a vida não é uma pista de dança.
Acredita, resta acreditares, que não és nada disto, o mais difícil será prova-lo a ti própria.
Acredita, que eu acredito no que escrevo.