quarta-feira, 26 de maio de 2010

Erva verde cortada rente 2

Já deixara para trás a a subida em calçada e estava bem no cimo do monte que arremata a vila no lado Oeste, para alem dai nunca tinha ido, olhou para trás como que imaginando o olhar reprovador de sua mãe, mas num pulo seguiu em frente, numa correria tresloucada levantando pó em sua volta. Depois parou ofegando com as mãos sobre os joelhos, quando ergueu a cabeça avistou um velhote a praguejar, olhou em volta para tentar perceber com quem este ultimo falava mas não vislumbrou vivalma, lançou um olhar sobre o individuo estudando-o e dirigiu-se a ele:
- Bom dia senhor- disse timidamente
- Acha o menino que se deve afastar tanto da vila sozinho?- retorquiu o velho sem responder á saudação- acho que o teu lugar não é aqui.
- Acho que o meu lugar é em qualquer parte do mundo senhor, não acha?- indagou o menino.
- Pois eu acho é que tu és um rapazito atrevido e inconsequente, não sabes tu que existem por ai muitos perigos?- disse com olhar reprovador- devias estar perto dos teus pais.
- Eu não tenho pai senhor- vincou- e o que quer dizer perigo também não sei senhor.
- pois deverias saber- lançando um olhar de admiração- agora deixa-me, o melhor é arrepiares caminho e de preferência para donde vieste.
O menino escutou, olhou de novo em sua volta deu dois passos e sentou-se sobre uma grande pedra, olhou decidido para o velho e rematou: ficarei aqui senhor e o observarei.
- pois bem, mas fica sabendo que te ignorarei.

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