quinta-feira, 6 de maio de 2010

Erva verde cortada rente.

Era uma simples e bela casinha de madeira circundada por erva homogénea e verde e situada numa pequena elevação de terra. Estendendo roupa uma mulher alta e esguia de finos caniços e de compleição atlética, vestida de saia preta e uma leve camisa branca de mangas arregaçadas e tapando os seus cabelos pretos um lenço castanho um pouco mais escuro que o seu tom de pele mas á semelhança dos seus olhos. Observando-a um menino de seus cinco anos, expressão alegre e olhar cortante, na qual se distinguia curiosidade de criança e um certo fascínio por ela sua mãe, sua guardiã.
Afastou-se ele o menino com anuência dela sua mãe, para o seu passeio diário, a curiosidade levava-o a visitar os cantos todos da vila a pé e interessava-lhe a forma diferente como abordava todos os elementos que a compunham sempre de forma diferente, fosse telha ou vaso, carroça ou cerca, choupo ou embondeiro, sim porque na vila coexistiam todas as espécies físicas imagináveis, ali se tocavam os cantos do mundo, ali era o principio dele mesmo.
A vila era composta apenas por uma rua que a cortava, os numeros das portas não seguiam o ordenamento natural, cada porta a gosto seu, havendo até repetidos, distintos apenas pela caligrafia, sim, e todos escritos á mão, belos consoante o artista. Passara já pela mercearia, loja do sapateiro, talho, e até por casa do amigo que não gozava de sua liberdade.

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