terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Pugilista

Decerto que se pudesse não teria escolhido esta carreira mas a vida nunca me deu uma alternativa melhor, calcorreei os seus corredores esmurrando, esquivando-me dos seus contragolpes sempre em gestos rápidos e foi ela a vida quem sempre me golpeou mais forte. A minha face reflecte todas as agressões de que foi alvo, mas penso que nos meus olhos ainda se pode ler ternura, ternura por ela, aquela miúda que sem ver imagino sentada na plateia a sentir os murros comigo, quer os importados como os exportados, tudo é nosso nesta vida, as coisas boas e as más, o "cachet" e as mágoas e assim continuo de assalto em assalto até que o gongo soe mais uma e outra vez, mas sempre com o nome dela escrito na minha luva.

1 comentário:

Patxy Argenteuille disse...

sabe tão bem lutar, lutar, e sentir o suor escorrer.